O Grupo Moreno fez a emissão de uma CPR Verde com um grande banco no valor de R$ 450 milhões no início deste mês. Com esse aporte, a companhia liquidou o saldo das operações DIP Finance contratadas no encerramento do processo de recuperação judicial, que ocorreu, antecipadamente, há cerca de 1 ano e meio.
“A operação foi totalmente negociada para que a companhia trocasse um recurso caro, por custos a valor de mercado. Esta é a prova definitiva que viramos a página e vivemos um grande momento, com perspectivas excelentes já para um futuro próximo”, comemora Felipe Moisés, diretor comercial e financeiro da Moreno.
A estratégia acertada é mais um capítulo de sucesso no reerguimento do Grupo Moreno, iniciado em 2019. Em janeiro do ano passado, a empresa anunciou o encerramento da recuperação judicial com o pagamento de R$ 1 bilhão aos credores. O acerto, realizado em parte com recursos próprios, gerados na safra 2021/22, e o restante, cerca de R$ 600 milhões, com dois empréstimos DIP Finance.
A operação de financiamento, pouco usual, permitiu ao Grupo Moreno manter todo o seu ativo, incluindo as três usinas localizadas no interior de São Paulo, em Luiz Antônio, Monte Aprazível e Planalto.
“Geralmente as empresas do setor em dificuldades financeiras acabam vendendo ativos ou falindo”, explica Moisés.
Agora, com o negócio já realizado com uma instituição bancária, o grupo garantiu taxas de juros e prazo para pagamento que permitem ampliar ainda mais suas condições de investimento.
“Lá atrás tivemos que trabalhar com recursos caros, mas conscientes de que era a posição necessária, transitória e mais indicada naquele momento. Hoje concluímos que o plano foi acertado, pois conseguimos mostrar para o mercado nossa plena recuperação e reestruturação, obtendo novas e melhores condições para prosseguir a jornada de crescimento da companhia”, completa o diretor.
A expectativa da empresa na safra 2023/24 é moer mais de 10,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um incremento de 35% em relação ao período anterior, produzindo 14 milhões de sacas de açúcar e 380 milhões de litros de etanol, consolidando como uns dos 10 maiores players do setor sucroenergético com capacidade instalada de moagem de 13 milhões de toneladas.
CPr Verde
Segundo site Direito Rural, a CPR Verde (Cédula de Produto Rural) está relacionada às atividades de conservação e recuperação de florestas nativas e de seus biomas, a chamada “CPR VERDE (CPR-V)”, modalidade esta que foi criada pela conhecida Lei do Agro ao alterar o art. 1º da Lei nº 8.929/94.
A CPR-V não é um “título verde” como o mercado está acostumado, não é um tipo de dívida com características ambientais. A CPR-V é um título que materializa um acordo para que os produtores rurais comercializem “serviços ambientais”, ou seja, produtos associados à atividade de conservação ou formação de florestas nativas e seus biomas através de uma CPR própria.
Com informações do Jornal da Cana