Quando se mudou de Cochabamba, na Bolívia, em 2011, para a cidade de São Paulo, depois Bady Bassit e mais tarde, para Monte Aprazível, a costureira Nancy Orellana Caballero, hoje com 33 anos, não imaginava que sua vida mudaria com a chegada da pandemia.
Morando em Monte Aprazível desde 2013, Nancy presta serviço para uma confecção de São José do Rio Preto. Fica horas sentada, as vezes, na mesma posição e para manter a forma, frequentava academia para ter condicionamento em dia e suportar assim as jornadas de trabalho. A pandemia mudou a rotina do mundo, inclusive a dela.
Com as academias fechadas, para manter a forma, Nancy começou a correr na represa Lavínio Luchesi. Com o sotaque colombiano, mas já falando e entendo bem o português, ela conta foi incentivada por duas pessoas: Eder Bocalon e Elisangela Oliveira.
“Na pandemia todo mundo estava fazendo caminhada e eu comecei a correr para manter a forma. O Eder me viu correndo na represa e me incentivou. O mesmo foi com a Elisangela. Na época, eles disseram para eu continuar a treinar que logo as corridas voltariam a ser realizadas”, disse.
As corridas voltaram, mas, no meio do caminho aconteceu algo que ela e o marido Nelson queriam a muito tempo: Nancy engravidou e o sonho de participar de corridas precisou ser adiado.
Enquanto isso, ela começou a acompanhar o marido Nelson Tenório nas corridas da região, gostou e decidiu que iria participar dos eventos.
Com a chegada da pequena Nicole em 25 de dezembro de 2021, assim que conseguiu, ela voltou aos treinos e no dia 1º de maio deste ano, Nancy participou da sua primeira corrida e ficou em 4º lugar na categoria 5 km (30-34 anos).
Meses depois, ela ficou conquistou a 3ª colocação na categoria em Macaubal e da em diante não parou mais. Com a intensidade dos treinos, orientada pelo professor Saraiva, e participação constante em provas da região, Nancy começou a frequentar mais vezes o pódio, mas desta vez, entre as mais rápidas na classificação geral e não mais por idade.
Em dois dias, ela conquistou o 1º lugar na categoria 30-34 na Corrida Noturna em Rio Preto (10 km) e no dia seguinte, ficou 2º lugar geral na Corrida Bola de Neve na mesma cidade. Meses depois, na 1ª Corrida da ADPM (Associação dos Policiais), mesmo machucada, conquistou o primeiro lugar na categoria e recebeu seu primeiro prêmio em dinheiro.
Em menos de um ano, ela conquistou 16 troféus. Ela conta que a meta para 2024 é melhorar seus tempos e ficar entre as 5 primeiras na classificação geral nos 5 km e depois migrar para a categoria 10 km.
Os treinos são de três a quatro vezes por semana, alguns dias mais rápidos e outros mais lentos, para condicionar o corpo as provas e ter mais fôlego e força para os quilômetros finais.
“Quero continuar nos 5 km. Para passar para os 10 ou 15 km, eu tenho que estar bem preparada. No que vem quero ficar entre as primeiras na classificação geral. Depois disso, se Deus quiser, quero participar da corrida de São Silvestre e a Meia Maratona de São Paulo”, disse.
Pesando 47 quilos, Nancy relata que alimentação dela mantém as tradições bolivianas, a base de frango frito, à milanesa, ovos, macarrão e arroz.
A atleta conta que tem o patrocínio da Farmácia do Caio da assessoria Esportiva Saraiva, de Tanabi.
A maioria das corridas da região não entrega prêmios em dinheiro, somente medalhas e troféus. Nancy conta que mesmo não tem prêmios, a motivação para participar das corridas vem da satisfação de receber os troféus e conquistar o pódio.
“Eu corro pela conquista dos troféus. Se não conquistasse, eu ficaria triste. Um dia não cheguei numa boa colocação, fiquei triste, me preparei para a próxima corrida e deu tudo certo”, finaliza.
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