A alta nos casos suspeitos de dengue provocou superlotação pronto atendimento da Santa Casa de Monte Aprazível nesta segunda-feira (28) e por consequência, demora no atendimento para outros casos.
Das 7 horas as 15 horas foram feitos 140 atendimentos e durante o final semana, no sábado foram 154 e 178 no domingo. Segundo a enfermeira chefe da Santa Casa Flavia Sônego, 90% dos atendimentos eram com suspeitas de dengue.
Na tarde de hoje, por onde por onde se andava na Santa Casa, se via pessoas aguardando para serem atendidas, tanto na recepção como no lado externo. Após primeiro atendimento, a depender dos sintomas, o paciente ou é medicado ali mesmo para reidratação com soro ou é liberado para tomar medicamentos em casa. Nas salas de repouso, dezenas de pessoas no soro ou aguardando resultado de exame.
Na semana passada, a Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Monte Aprazível divulgou que foram confirmados no mês de janeiro deste ano 4 casos e 22 em fevereiro e até a última quarta-feira (23) foram notificados 144 casos.
O servidor público Rogério (nome fictício. Entrevistado pediu para não ser identificado) de 35 anos, buscou atendimento e não conseguiu. Voltou para casa sem ser atendido. Diagnosticado com dengue há alguns dias, ele disse a reportagem do MR Notícias que foi até Santa Casa, pois sentia dores no corpo e náuseas.
“Cheguei por volta das 14 horas e estou indo embora. O atendimento está demorando. Está chegando muitas emergências, mas não justifica a demora”, disse ele.
Antonio (nome fictício. Entrevistado pediu para não ser identificado), que chegou ao pronto atendimento por volta das 12 horas e eram 16h40 ele não havia sido atendido. Ele procurou ajuda pois estava com dores estomacais e dificuldade para evacuar. Tomou um remédio por conta e suspeita de ter se intoxicado.
Stefany Barravieira, já se curou da dengue. A estagiária de 23 anos disse que no Recanto das Águas, bairro onde mora, quase toda a sua rua foi diagnosticada com dengue. Ela conta que teve muita febre e dores no corpo nos primeiros dias.
“Fiquei seis dias de cama devido as dores no corpo e muita franqueza. Não tinha fome e precisei ser internada para me reidratar. Depois passei a sentir náuseas, amargor na boca e coceira nas mãos nos últimos dias. Uma sensação horrível. Nunca tive nada parecido”, disse ela.
Sobre a demora no atendimento, o provedor da Santa Casa João Roberto Camargo disse que durante o dia 2 médicos atendem a população, mas que o alto índice de casos de dengue está fugindo do controle.
“Temos feito o possível para atender todos. Temos que atender os casos de dengue, mas os outros casos não esperam. Se chega uma urgência ou emergência, temos que passar na frente. Os médicos não estão dando conta. Já passava das 16 horas e um deles ainda não havia almoçado. Eles têm feito o possível”, disse Camargo.
Atualizado 28/03/2022 – as 20h38
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