NÃO VIM aqui para ouvir “barbúrias”, diz João Célio

joão celio

A sessão dos vereadores da última quinta-feira (23) que foi convocada para analisar um projeto do prefeito João Roberto Camargo (PROGRESSISTAS) para extinguir mais de 30 cargos na administração municipal, o que menos se fez foi discuti-lo. Ele foi aprovado nas duas discussões.

Mas o que chamou atenção foi, ao final, o discurso do vereador João Célio Ferreira (PROGRESSISTAS). Veterano na casa e três vezes presidente do legislativo, coube a ele chamar a atenção do presidente Victor Agreli quanto ao regimento interno da casa.

Como era uma sessão extraordinária, as discussões obrigatoriamente, segundo o Regimento Interno da Câmara, têm que ficar em torno do projeto.

Ao invés de discutirem o projeto, os vereadores Marco Antonio Nazareth (MDB), Luiz Sidinani (PSD), Pastor Osvaldo Fantasia (REPUBLICANOS) e Renato Jubilato (PSD) discursaram sobre os fatos que aconteceram após sessão de posse, no dia 1º de janeiro deste ano, quando alguns militantes do prefeito foram cobrar Victor e Jubilato sobre suas articulações na eleição da presidência.

Marco Antonio foi o primeiro a usar a tribuna e no início do seu discurso falou sobre o projeto e disse que os cargos deveriam ter sido extintos há mais de 10 dias e ressaltou que a aprovação restauraria a legalidade no quadro de pessoal da prefeitura. Até aí, tudo bem.

Em seguida ele passou a falar sobre ataques – ou fake News – que eles e outros vereadores sofreram nesta semana e que algumas pessoas estavam perseguindo-os.

“A população está cansada deste clima de perseguição e quem insistir em tentar intimidar ou ridicularizar vereadores vai descobrir que isso só nos torna mais unidos, fortes e comprometidos com a verdade e a justiça”, disse.

Assista as falas dos vereadores

Na sequência, o vereador Luiz Sidinani usou a tribuna para sugerir que os vereadores sigam e analisem o que está para ser votado.

“Temos que seguir o que vem para votar que não fazer comentários de um de outro e se é verdade se é mentira. Vamos fazer o nosso trabalho e ter paz na casa é muito importante porque a legislatura passada foi dura e não foi bom para ninguém tanto é que o único vereador que se reelegeu foi eu”, disse Luiz.

Por ter sido citado na fala de Sidinani, Marco Antonio voltou a tribuna para reforçar seu discurso e salientar que para

“Eu concordo com tudo que o Nobre Vereador, que nós temos que ter aqui na Câmara um ambiente bom eu acredito que ele está chegando. Mas, nas minhas palavras que disse há pouco foi exatamente para buscar esse clima por quê. nós estamos vendo ainda pela internet aí fora um resquício de tudo que aconteceu até agora hoje pela primeira vez cheguei aqui e busco o mesmo ambiente. Acho que nós temos que normalizar o nosso relacionamento e principalmente pararmos de ser vítimas das mentiras que estão rolando na internet pararmos de ser vítimas de chacotas”, reforçou.

Já o Pastor Osvaldo também usou a tribuna Ele disse que não valeria a pena voltar a discutir assuntos já superados. Lembrando que o que ainda estava em discussão era o projeto do prefeito.

“Não vale a pena mais voltar atrás, mas ainda alguns teimam ainda em colocar alguns assuntos ainda, nos acusando de algumas coisas de inverdades. Eu concordo com os nobres vereadores Vamos pensar para frente né Igual o vereador falou o Marco Antônio Vamos pensar numa unidade melhor né Por que nós temos que pensar para frente pensar em projetos em tantas outras coisas para desenvolver Monte Aprazível, busca de recursos que tanta a cidade precisa só que para isso nós precisamos dessa unidade e com isso, nós, um defender o outro”, disse.

Depois todas estas falas, alheias a pauta da sessão, o presidente Victor Agreli colocou o projeto e votação, sendo aprovado por unanimidade. Como era um projeto de lei complementar, era necessária uma nova votação e em seguida aconteceu outra sessão extraordinária.

Na discussão do mesmo projeto, o vereador Luiz Sidinani voltou a usar a tribuna da Câmara para falar na sessão de posse no dia primeiro de janeiro sugeriu que nas sessões solenes ou de votações de moções, não se lavasse a roupa suja na frente dos homenageados, segundo ele, como aconteceu algumas vezes na legislatura passada.

Por sua vez, o vereador Renato Jubilato também usou a tribuna para falar do seu trabalho de vendedor de geladinho, quando criança, passando por outros empregos até se formar como bacharel em direito, além das vezes que foi vereador e que trabalhou na secretaria de esportes e de justiça do Estado de São Paulo.

“O respeito não tem idade, o respeito não tem de onde nasceu, não tem patamar econômico. Todos nós temos que nos respeitar porque nós estamos representando a população. A baderna que foi esse dia primeiro aqui, muitos falam: Renato, hoje você poderia ser candidato a prefeito que você ganhava. Todo mundo sensibilizou com você sabe a pessoa que você é, mas não é isso não é isso o povo viu e sabe quem é quem. E tomara que nós verdadeiramente mudemos. Eu não tenho medo de ninguém, de homem e de ninguém, mas eu respeito”, disse.

Marco Antonio voltou a tribuna e disse espera se a última vez que os vereadores façam estes tipos desabafos, que serviram de lição para todos.

“Espero que seja a última vez mesmo. Espero que tudo que aconteceu sirva de lição para todos nós. Atitudes nossas quando não são coerentes com a expectativa da nossa população eles reagem. Como foi o que aconteceu no dia da Posse era nítido que a população não ficou feliz e satisfeita com o que aconteceu. Nenhum de nós gostou disso, denegriu a imagem da Câmara. Eu concordo com o vereador. Denegriu. Isso agora, antes não só hoje como a última sessão eu venho alertando que nós temos que estar unidos nos defendermos”, disse.

Durante sua fala, o vereador Luiz Sidinani disse que se fizessem com ele (sido agredido) como fizeram com Victor e com Jubilato, ele partiria para a “poXrada”, nem que fosse para perder o mandato.

Pastor Osvaldo também retornou à Tribuna e disse que viu algo de positivo no desabafo dos vereadores.

“Que sirva hoje então como um desabafo de cada um, porque tem que limpar essa mágoa esse coração para não ter mais aquele rancor. Acho que falou que tinha que falar. Esses assuntos não vale a pena mais voltar atrás porque isso é retrocesso vamos pensar agora no que temos que fazer. Vamos buscar a unidade”, disse Osvaldo.

Vendo toda a situação e por ter presidido a Câmara por três vezes, o vereador João Célio usou a tribuna para informar ao presidente Victor Agreli que ele precisava ler o regimento interno e saber o que pode ou não pode.

“Fui convocado hoje para uma sessão extraordinária para discutir um projeto de lei e não para ouvir coisas pessoais de um vereador de outro e de outro. Você tem o seu advogado, Dr. Loy. Sou conhecedor dessa casa e eu não vim aqui para ouvir “barbúrias” (sic) de ninguém. E vim para discutir um projeto e tudo que eu ouvi aqui foi fora do projeto que está em discussão. Problemas pessoais, senhor presidente, cada um resolva lá fora. Eu tenho respeito pelo senhor, por todos dessa casa, pelo doutor contratado pelo senhor, só que nós estamos fugindo fora daquilo que eu fui convocado. Então, eu gostaria que o senhor pedisse aí orientação pro seu advogado, pro nosso advogado, que ele está aqui para ser advogado dos nove. Nós fugimos com completamente fora da questão da sessão. Por favor, não me faça vir aqui novamente para ouvir “barbúrias” (sic) que eu não gostaria de ouvir”, disse.

Assista o discurso do vereador João Célio Ferreira

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