OPINIÃO: Nossa cidade está pronta para futuro?

Os números do Censo do IBGE divulgados no último dia 28 de junho são preocupantes. Diferentemente das projeções, que apontavam uma população de mais de 25 mil habitantes, somos 22.280.

O que provocou este crescimento de 2,4% maior que o último Censo de 2010, porém, menor que as projeções. Fatores externos como mais oportunidades de emprego para a população ou atrativos para se empreender? Onde o poder público entra nessa equação?

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Tivemos dois anos de pandemia e ainda sentimos reflexos dela em nossa economia, além da incerteza dos rumos do novo governo federal. Nenhum ou poucos empresários farão grandes investimentos neste momento. Seriam corajosos demais.

Mas se acaso eles tivessem essa ousadia, nossa cidade estaria pronta para acolher este “louco”? Quais as vantagens que Monte Aprazível teria que fizessem este investidor se instalar aqui e não em outra cidade?

O atual prefeito tem tentado fazer sua parte. “Ganhou” uma área do estado, mas, “forças ocultas” têm impedido que a prefeitura tenha a posse da terra e se comece a fazer as obras de implantação de um novo distrito industrial. Esta área da escola agrícola já foi desejada por outros prefeitos e no ano eleitoral, foi prometida e dada, só no discurso, pois no papel, ainda está longe.

A pandemia teve consequências negativas para economia, como um todo, mas, para os prefeitos, foi providencial. Prefeitos que não tinham dinheiro para pagar salário dos servidores, hoje estão com seus caixas cheios. Os repasses para tratar da Covid-19, com economia feita em dois anos sem festas gerou uma grande economia para as prefeituras.

Diante disso, fica a pergunta: nestes dois anos a prefeitura não teria dinheiro suficiente para comprar uma área para implementação de um distrito industrial? Se tivesse comprado, não seria mais fácil conseguir recursos para implementação de infraestrutura do que ter que “tirar”a área da Escola Agrícola ? (por mais que se questione se ela usa ou não o espaço)

Nos últimos 10 anos perdemos duas concessionárias de carros novos – Cabrera e Liban –Usina Água Limpa e Curtume. Este último por mais questionamentos ambientais e reclamações de mau cheiro que se tinha, gerava empregos e impostos.

No caso do Curtume, a justiça, os próprios donos e os órgãos ambientais deveriam ter conversado mais e chegado a um acordo que fosse bom para todos, inclusive o meio ambiente e para se manter os empregos. Tinha-se o meio ambiente e a vida de centenas de filha em jogo. Aliás, muitos dos que denunciaram na época e até encabeçaram movimentos para fechar o Curtume nem moram mais na cidade.

Monte Aprazível é uma cidade com viés agrícola. Diz o ditado que não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta e quando a presidente da Associação Comercial Maria Inês Paiola disse a este MR Notícias que os prefeitos estavam contentes com duas usinas em funcionamento e não foram buscar outras atividades, ela está coberta da razão.

A cidade perdeu demais e se não deixarmos as brigas políticas e egos de lado, estaremos preparando uma cidade cada vez menos atrativa para as futuras gerações.

Sobre o autor:
João Roberto Camargo – empresário, ex-provedor da Santa Casa de Monte Aprazível e ex-vereador

*Os artigos assinados e publicados neste site não refletem, necessariamente, a posição do MR Notícias

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