Uma professora de 45 anos, da rede pública de ensino de Monte Aprazível, está sendo acusada pelos pais de dois alunos, de 10 e 11 anos, de perseguição, ameaça e vexame em sala de aula. A professora leciona na escola Cônego Altamiro de Assis Rodrigues no distrito de Engenheiro Balduíno.
De acordo com boletim de ocorrência registrado pelos pais das crianças, a professora (E.G) começou a expor a situação de saúde da criança, de forma verbal começaram em maio deste ano, quando a professora começou a perguntar, dentro da sala de aula, na presença de todos os alunos, se a mãe de uma das crianças já havia marcado médico e se ele havia tomado remédio, “pois assim, não tinha professora que aguentava”, diz um trecho do boletim.
Segundo a mãe de uma das crianças, o filho foi diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), de grau leve e sem medicamentos, necessitando apenas de reforço escolar e paciência.
Uma outra mãe relata que na sala de aula, a filha foi chamada incompetente pela professora. Ainda segundo o boletim, outras crianças deixaram de ir à escola com medo.
Ao MR Notícias, a mãe disse que dois alunos já saíram da escola, um transferido para Monte Aprazível e outro não quer voltar para a sala de aula. Ela disse que a atitude da professora fez seu filho mudar o comportamento e em algumas situações, dizer que não aprende porque é burro.
Ainda de acordo com o boletim, vizinhos da escola afirmam que a professora grita das 7 as 12 horas com as crianças, sempre com a porta e janelas trancadas.
Os pais procuraram a professora, expuseram a situação e pediram a ela para não mais expor os alunos, uma vez que os eles já haviam marcado uma nova consulta com o médico para reavaliação do menino e também sobre a necessidade de tratamento com medicamentos.
Diante do medo de uma nova ameaça, a mãe de uma das crianças colocou o celular na bolsa do menino, sem que ele soubesse. Segundo o boletim, na gravação é possível ouvir a professora “irritada, gritando, batendo porta, dizendo que tinha vontade de deixar todos os alunos sem educação física, como também a conversa entre a professora e a monitora de um aluno autista, tendo dito que “fofoqueiro tem que morrer de tiro”.
A professora disse ainda que não queria as duas crianças próximas a ela e por isso, colocou os dois alunos no fundo da sala. A professora teria tido para os outros alunos não terem amizade com os dois alunos, ao ponto de excluírem ambos do grupo de whats app da turma.
As gravações foram entregues ao assessor de Educação Pedro Polotto há 30 dias. Nesta semana, os pais de um dos alunos o procurou cobrando uma solução. O assessor disse ao MR Notícias que após ter conhecimento dos fatos, a professora foi advertida formalmente (por escrito) e depois disso, e pediu afastamento por licença médica.
A professora ficou por um período afastada devido a um atestado de saúde e quando voltou na última terça-feira (22), entrou na sala de aula de disse que “internet e aparelhos eletrônicos na mão de pessoas erradas dava (sic) problemas”, referindo-se à gravação. Em seguida, ameaçou os alunos dizendo que depois do intervalo eles iriam ver.
Com medo do que poderia acontecer, os alunos procuram outra professora da escola pedindo ajuda, que ligou para os pais de ambos. Na presença dos pais, a professora chamava a aluna de mentirosa, segurando-a pelos ombros, perguntando: “eu tô mentindo (nome da criança)”
O delegado Valcir Passeti registrou a ocorrência nos possíveis crimes: artigo 147 e 147 A Código Penal (ameaçar e perseguir) e artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – submeter criança ou adolescente a vexame. O caso também foi denunciado pelos pais no Ministério Público.
O assessor de Educação Pedro Polotto disse que recebeu as gravações, boletim de ocorrência e submeteu os documentos ao departamento jurídico da Prefeitura. Questionado se a pasta iria abrir procedimento administrativo para apurar as denúncias ou afastar da professora, Pedro disse cabe o jurídico decidir.
Sobre a saída de alunos da escola, com medo da professora, Pedro disse que até que se tenha uma solução para o caso, técnicos da assessoria de Educação, inclusive ele, estão ficando na sala de aula para garantir que os alunos tenham acesso as aulas.
Uma fonte da prefeitura disse ao MR Notícias disse que o Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto para apurar o caso e deve ser publicado nos próximos dias.
A reportagem procurou a professora para comentar as acusações. Na primeira vez, na sexta-feira (25), ela não atendeu as ligações. No sábado, atendeu, disse que retornaria e não atendeu mais as ligações.
editado as 9h00