RADAR: CAMARGO assume em 2025 com problemas de 2024

O prefeito eleito de Monte Aprazível, João Roberto Camargo (Progressistas) toma posse no dia primeiro de janeiro de 2025. A cerimônia de posse acontecerá as 10 horas da manhã na Câmara Municipal e deverá ser concorrida. Haverá transmissão via internet no Youtube e Facebook da Câmara e pela Rádio Difusora Aparecida (105,7 FM)

Presidência I
Como manda a Lei Orgânica do Município, o vereador mais votado, no caso Renato Jubilato (PSD), presidirá a sessão e dará posse ao prefeito, ao vice Ailto Faria e os nove vereadores eleitos. Evair Marques, Jacó Brite, João Célio Ferreira, Luiz Sidinani, Marcio Troiano, Marco Antonio Nazareth, Pastor Osvaldo Fantasia e Victor Agreli.

Presidência II
Após a posse, haverá a eleição para a presidência da Câmara para os primeiros dois anos da próxima legislatura (19ª). São candidatos à função Márcio Troiano e Renato Jubilato (PSD).

Apagando incêndios
Após assumir, Camargo talvez, terá que resolver alguns pequenos problemas de 2024. Pelo menos até este sábado, os atuais assessores, ocupantes de cargos comissionados da prefeitura (de livre nomeação do prefeito) que não farão parte da próxima administração, não tinham sido exonerados. Pode ser que amanhã o prefeito mude de ideia e faça o acerto. À conferir.

E como não foram exonerados, ainda não receberam o acerto dos anos trabalhados, o que pode deixar a ceia de final de ano um pouco menor. Em gestões passadas, boa parte dos assessores foi dispensada já no mês de novembro.

Não é comigo
Segundo uma fonte palaciana, o acerto não foi feito porque a Câmara de Vereadores não aprovou um projeto de lei do prefeito Márcio Miguel (PSD) para abertura de créditos no orçamento no valor de R$ 785 mil, suficientes para quitar estas e outras contas de final de mandato. Ainda segundo esta fonte, Márcio não tinha saldo disponível para abrir com decretos créditos suplementares e por isso não foram feitas as exonerações.

Usou para outras finalidades
Na aprovação do orçamento para 2024, a Câmara autorizou o prefeito a utilizar 4,65% do orçamento anual de R$ 125 milhões, ou seja, R$ 5,8 milhões para remanejamentos ou abertura de créditos por decretos. Boa parte deste valor foi usado para realizar as festas, como a mais recente, do Centenário do município, que só com pagamento dos artistas, consumiu quase R$ 2 milhões, além de outras despesas.

Qual o motivo?
À Coluna Radar, o presidente da Câmara, vereador Marcos Batista, (PL), disse que este e outros projetos não foram votados (e foram arquivados) por falta de documentos. As comissões pediram informações complementares ao prefeito, que até esta sexta-feira (27), dia de expediente no legislativo e na prefeitura, ainda não haviam sido respondidas.

Caberá a Camargo, por exemplo, dar férias aos professores da rede municipal e demitir todos os comissionados da atual administração que não ficaram na nova gestão.

Só em 2025
Dentre os projetos arquivados, estão o de mudança de horário das farmácias e o que dá nome a Ernesto Peresi Filho a Praça Esplanada em frente ao Irecê Aprazível Clube. Caberá aos próximos vereadores apresentarem estes projetos.

Livro I
Durante o Festival do Centenário, o prefeito apresentou à população o livro, Monte Aprazível 100 Anos de Criação, escrito pelo ex-prefeito e historiador Luiz Carlos Canheo. Os mais de 700 exemplares do livro de 518 páginas, fotos em preto e branco e capa dura, custaram aos cofres municipais R$ 59.995,70.

Livro II
Sem me aprofundar muito, pois o assunto merece uma grande reportagem, o livro tem muitas lacunas, mesmo sendo dito na entrega no dia 23 de dezembro, que ele poderá ser revisado para uma próxima edição.

Livro III
A primeira delas não conta com clareza e precisão ao leitor um dos fatos políticos mais marcantes da história, que foi a cassação do ex-prefeito Nelson Montoro, o primeiro a passar por este processo. O livro resume em uma linha somente que Montoro foi cassado, assumindo Márcio. Não é citada data e o motivo. Concordando ou não com os motivos que levaram os vereadores da época tomarem a decisão, estes fatos e talvez a cronologia de tudo que aconteceu naquele ano deveriam estar no livro.

Livro IV
A cassado ocorreu no dia 14 de maio de 2018, tendo como principal motivo a contratação de um assessor, no caso, Nelson Avelar, que tinha à época, condenações transitadas na justiça que o impediam de ser nomeado, mesmo sendo alertado pelo vereador Ailto Faria dos problemas que a contratação trariam.

Livro V
Outro fato. Não há uma foto sequer dos últimos prefeitos (desempenhando as funções que foram eleitos) da cidade: José Agreli, Taís e Wanderley Sant’Anna, Mauro Pascoalão e Nelson Montoro. Gostando ou não, aprovando ou não suas gestões, eles receberam votos da maioria dos eleitores e creio que eles mereciam ter ao menos sua foto, mesmo que pequena. Além de não ter fotos, muitas realizações destas gestões não foram elencadas.

Livro VI
Você caro leitor, pode se questionar: muita gente conhece ou se lembra destes prefeitos que não tiveram as fotos estampadas no livro. Sim, mas daqui a 20 ou 30 anos, será que o jovem de 20 anos ou menos, saberá (ou reconhecerá) quem eles foram?

Ficção ou realidade?
No livro 1984, o escritor George Orwell narra a existência do Ministério da Verdade, encarregado de modificar a história passada de modo a deixá-la de acordo com a vontade do poder. Os números antigos de jornais e revistas eram sempre modificados; estatísticas alteradas; discursos omitidos; e até mesmo o sentido das palavras sofriam uma aguda vigilância. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Mutatis mutandis
No livro do Centenário, há fotos do prefeito Márcio com sua esposa e filhos e também do ex-prefeito Canheo. Na gestão 2004 e 2009, o ex-prefeito Wanderley Sant’Anna mandou confeccionar uma revista, foi condenado por improbidade administrativa e promoção pessoal e teve que pagar do próprio bolso o que a prefeitura pagou pela impressão das revistas. E nela tinha fotos do ex-prefeito, vereadores e assessores.

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