RADAR: Deputados liberam recursos para entidades; João Célio solta o verbo

JOAO CELIO

A semana política aprazivelense terminou cheia de flashs, que, para muitos, podem ser traduzidos como boas ações. Mas tudo tem um motivo: eleições de 2026. É justo, afinal, os políticos, no caso deputados, “enviam” recursos para cidades que tiveram ou tem intenção de receber votos, faz parte do teatro.

As emendas são uma forma de “fazer política”, devolvendo aquilo que eu e você pagamos nos impostos na compra de uma bala ou de um carro, para entidades, obras ou para a própria prefeitura. Eles, deputados, não estão errados, faz parte do jogo da política. Se não fosse desta forma, nossas entidades e prefeituras teriam que se manterem somente com os repasses obrigatórios dos governos e do IPTU e outra arrecadações pequenas.

Nas eleições de 2022, o ex-prefeito Márcio Miguel (PSD) não se cansou de pedir que a população votasse nos deputados que ajudaram a cidade. Funcionou em partes. Carla Zambelli foi a quarta deputada mais votada em Monte Aprazível com 496 votos. Foi eleita e não enviou (e talvez nem envie) nenhuma emenda, por menor que seja. Está fora do Brasil e corre o risco de ser presa. Outros deputados receberam boas votações e até agora nada. Ricardo Sales, Eduardo Bolsonaro, entre outros, ainda nada.

O fato é: a partir de agora vai chover político, agendando visitas ao prefeito e entidades, prometendo recursos. Alguns fazem o compromisso e cumprem. Outros tiram a foto e desaparecem, só voltando em agosto do ano que vem para colocar um santinho na sua caixa de correio.

A ETEC Padre José Nunes Dias recebeu R$ 500 mil do Governo do Estado de São Paulo, através de uma emenda do deputado Estadual Valdomiro Lopes (PSB). O recurso será usado para contração do laboratório do curso de enfermagem da escola. Valdomiro também esteve na APAE para fazer a entrega de Van, que também foi comprada com recursos de emenda parlamentar.

Também nesta semana, o prefeito efetivou o pagamento de emendas impositivas feitas pelos vereadores da legislatura que terminou no ano passado. Os recursos, que somam mais de R$ 189 mil, vieram das emendas impositivas indicadas pelos hoje ex-vereadores, Hélio Poloto e Donaldo Paiola, ambos do União Brasil.

Pé na estrada
Assessores próximos a Camargo têm relatado a este colunista que está na hora do prefeito por o pé na estrada e visitar gabinetes em São Paulo e Brasília. A temporada de liberação de recursos começou e a de pedir também. Em conversa com a Coluna, Camargo disse que tem feito pedidos e alguns amigos, que tem proximidade com deputados estão oferecendo ajuda. Isso é bom, como aconteceu a pouco tempo, com o empresário Júlio Cesar Antonio, da Mar & Rio. Quanto mais recursos, melhor.

Soltando o verbo
Na sessão da última terça-feira (3), o vereador João Célio Ferreira soltou verbo. Uma denúncia no Ministério Público contra ele foi arquivada, depois dele devolver a quantia de R$ 779,60 à prefeitura. Falou cobras e largados contra o denunciante, anônima.

O que aconteceu (vídeo abaixo)
O vereador faz todo ano um bazar com a ajuda de muita gente da cidade. Segundo João Célio, uma das voluntárias, que é servidora pública, ajudou alguns dias no período de suas férias. O descanso acabou e para não perder a ajuda da amiga nos dias finais do bazar, João Célio oficiou o prefeito João Roberto Camargo (Progressistas), solicitando a cessão da servidora, já que o local onde ela dá expediente (Estação Aprendiz) estava de recesso devido as férias e, teoricamente, não havia trabalho para ela todos os dias. Camargo cedeu, mas não contava com uma denúncia anônima.

Ambos, prefeitura e João Célio se defenderam, o MP arquivou a denúncia, mas, o vereador precisou devolver o recurso, referente aos dias de trabalho da servidora, valor este que saiu da renda do bazar, mais de R$ 700. Ambos, o prefeito e o vereador tinham e têm boas intenções, afinal, o bazar rendeu mais de R$ 10 mil e ainda ajudou outras tantas famílias atendidas pelo Fundo Social.

Desde a eleição, estava na cara que uma parte dos derrotados seriam “oposição ferrenha”, como disse um candidato ainda na campanha e aqui, não estou acusando os que perderam a eleição de terem feito a denúncia que culminou na devolução do dinheiro. Muitas denúncias que foram feitas contra Camargo, tinham RG e CPF do denunciante e assim que deve ser. O denunciante não contava com este revés, e que, indiretamente, atingiria as pessoas que usam do Casa de Apoio de Barretos.

Faz parte do jogo político (felizmente ou infelizmente – você leitor é quem decide) ter a oposição, cobrando e de olho em tudo. Sendo assim, os prefeitos pensam 1000 vezes antes de tomarem qualquer atitude.

Até o momento, o “covarde” citado por João não botou a carapuça. O tempo vai mostrar.

Coincidência
A assessoria de Meio Ambiente da Prefeitura registrou na última sexta-feira (6) um Boletim de Ocorrência, relatando que uma graxa azul havia sido espalhada na rampa de acesso a represa Lavínio Luchesi. A rampa é usada para o embarque e desembarque de veículos náuticos como lanchas e jet skis, teve seu acesso inviabilizado pela graxa. Não é a quantidade graxa espalha que impedirá o uso da represa pelos pilotos de jetskis. Coincidência ou não, no último domingo, uma ou mais motos náuticas faziam manobras com escapamentos alterados e era possível ouvir o barulho de várias partes da cidade. Mas é só uma coincidência.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última semana os dados do Censo Demográfico 2022 com informações detalhadas sobre a religião nos municípios brasileiros. Segundo o IBGE, 64,92% dos aprazivelenses são católicos, ou seja, 14.646 habitantes. Os evangélicos são 25,81% (5570 habitantes)

Católico – 64,92%
Evangélicos – 25,81%
Outras religiosidades – 3,37%
Sem religião – 3,12%
Espírita – 1,29%
Umbanda e Candomblé – 1,12%
Tradições Indígenas – 0%
Não sabe – 0%
Não declarou – 0,37

Imprecisão
Na coluna Radar do último domingo (1º), foi relatado sobre os gastos da Prefeitura com a folha de pagamento dos servidores, que registrou um aumento de 18,52% quando se compara 2024 com 2025, passando de R$ 15,6 milhões para R$ 18,5 milhões. Por ato falho, este aumento de gasto com folha de pagamento também se deu também pelo reajuste nos salários assessores do primeiro escalão do prefeito. Algumas referências tiveram aumentos significativos. Os servidores, de forma geral, tiveram reposição dos 8% que os servidores deixaram de terem depositado em suas contas do FGTS com a mudança de regime de contratação, passando de CLT para Estatutário. Ao todo foram 13% de revisão, (5% em janeiro, 4%, a partir de 01 maio e 3,84% a partir de 01 de outubro de 2025).

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