RADAR: PREFEITURA “corta” marmitex; CAPITU e Bentinho e a política aprazivelense

Na obra Dom Casmurro, que narra a história de Capitu e Bentinho, escrita por Machado de Assis, a moça dos “olhos de ressaca” teria tido uma relação extraconjugal e levado o marido, Bentinho, a arder de ciúme e com dúvida eterna.

Dizem os estudiosos que o ciúme precede a traição. Na literatura, a vingança pode aparecer de duas maneiras: a primeira, como elemento inspirador e artístico, para iluminar áreas obscuras da condição humana; a outra, espúria, para acertar contas.

Faço esta introdução, caro leitor, para dizer que: à medida que se aproxima o período eleitoral, aumenta-se a “pressão” para saber quem o prefeito Márcio Miguel (PSDB) vai apoiar – si é que vai – na próxima eleição. E quando o prefeito dá visibilidade para algum vereador ou, como tem feito semana sim outra também com Diego Rossini, sentimentos como o ciúme começam a aflorar nos corredores palacianos. Pode ser que o ciúme (ou vingança) esteja sendo motivado por fatores internos.

Fim das marmitas

A queda de arrecadação começa a preocupar Márcio e algumas medidas começaram a ser tomadas para conter gastos desnecessários. Uma delas, que deu o falar foi o corte no fornecimento de marmitex. Explica-se: foi dada a ordem para fornecer alimentação somente para aqueles que não puderem sair do local de trabalho, como por exemplo, o pessoal da manutenção das estradas ou aqueles estão nas campanhas de vacinação. A medida desagradou alguns que queriam almoço grátis. Uma fonte disse que abusos eram cometidos e o corte foi necessário. Serviços terceirizados também podem sofrer cortes, segundo uma fonte.

Quanto custa

Por ano, a prefeitura pode gastar até R$ 52.500,00 com marmitex. Para os servidores que estão em Rio Preto à serviço, a Prefeitura tem contrato com uma churrascaria, no valor de até R$ 225 mil por 12 meses, para fornecer um prato feito, que fique claro.

Menos recursos

De janeiro a junho deste ano, o ICMS repassado para a cidade foi de R$ 9.562.688,21 e no mesmo período do ano passado foi de R$ 10.382.710,05, uma queda de 7,9%. O repasse do Fundo Exportação (IPI) também sofreu uma queda de janeiro a junho deste ano quando se compara com 2022, passando de R$ 68.153,85 para R$ 55.528,93, uma queda de 18,52%. Já o IPVA teve um aumento de 22,18%, passando de R$ 4.704.970,20 em 2022 para R$ 5.748.458,43.

Empréstimo a vista?

Um artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tem tirado o sono de vereadores como Ailto Faria. O artigo 29 autoriza a Prefeitura a realizar operações de crédito (leia-se empréstimos) até o limite estabelecido pela legislação, dizia o texto original. Nas Comissões internas, este trecho foi modificado, estabelecendo concorrência para contrair o empréstimo. Resta saber quais projetos ou obras o prefeito pretende realizar com estes recursos. Caso o faça, a conta ficará para o próximo mandatário.

Fiscalização

O parágrafo anterior da mesma lei trouxe uma “inovação” e os gestores das entidades que recebem recursos do município terão que se atentar.

Art. 28. As entidades beneficiadas com recursos públicos municipais, a qualquer título, submeter-se-ão a fiscalização do Poder Público. A qualquer título, o prefeito quer dizer: subvenção, repasse, convênio e etc. Os repasses feitos pela prefeitura as entidades já estão sujeitos a fiscalização e prestação de contas. Choveu no molhado, mas garantiu mais transparência.

Regionalização da Saúde I

O evento em Rio Preto para tratar da regionalização dos serviços públicos de saúde, que talvez seria a luz do fim do túnel para as Santas Casas jogou um balde de água fria para os gestores e prefeitos. O médico Renilson Rehem responsável pela coordenação do projeto de regionalização da saúde em todo o estado disse neste momento não se fala em dinheiro e vai buscar saber dos problemas dos hospitais.

Regionalização da Saúde II

“Não vamos começar pelo dinheiro. Vamos ouvir os problemas enfrentados pelos municípios e discutir soluções. Temos hospitais vazios e hospitais sobrecarregados na mesma região. O objetivo é organizar a rede de saúde onde as cidades podem colaborar mutuamente para otimizar a gestão dos recursos e garantir a celeridade do tratamento para os seus moradores”, disse.

Regionalização da Saúde III

Se o problema das Santas Casas é dinheiro, elas não vão conseguir atender a população nos procedimentos de média e baixa complexidade sem que haja uma contrapartida do Governo Estadual. Quando ele fala as “cidades podem colaborar mutuamente”, quer dizer que a conta poderá ficar para os prefeitos.

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