O prefeito Marcio Miguel (PSDB) afirmou nesta terça-feira (31) que a Santa Casa de Monte Aprazível não irá fechar suas portas e suspender o atendimento a população. A afirmação foi dada em entrevista à Rádio Cidade.
“Não há menor possibilidade de fechamento da entidade. É de uma leviandade tão grande colocar isso para a população, uma situação de terrorismo. Nem eu, nem o provedor, nem a irmandade, ninguém tem esse poder de fechar essa entidade”, disse o prefeito.
Na segunda-feira (30), a Irmandade de Santa Casa se reuniu para discutir o futuro da instituição e do provedor João Roberto Camargo, que está há seis anos no comando da entidade, colocou seu cargo a disposição. A eleição para nova diretoria da Santa Casa acontecerá no mês de julho e uma nova chapa será formada.
“Acho saudável, já dei minha contribuição, deixo o meu legado. Quando pegamos, a Santa Casa estava para fechar, veio pandemia, dengue. Sairei sem um pingo de vaidade e sensação de dever cumprido. A instituição sofre fortes ataques e estamos sobrevivendo”, disse Camargo.
Além disso, a Irmandade definiu que vai renovar o convênio com Sistema Único de Saúde, que vencerá em novembro.
Na mesma entrevista nesta terça-feira, o prefeito Marcio Miguel afirmou que a atual diretoria da Santa Casa quer que a entidade dê lucro.
“Ela é uma entidade do povo, sem fins lucrativos. Porém a diretoria que hoje está lá, acha que a entidade tem que dar lucro. Saúde nenhuma do Brasil dá lucro. Saúde foi feita para atender à necessidade das pessoas carentes. Se essa diretoria não tem condições de tocar do jeito que tá tocando, ou o município pode fazer o acampamento, Ministério Público ou a Justiça podem fazer uma intervenção”, disse o prefeito.
Marcio disse que a situação da Santa Casa não é de perto o que foi colocado. Segundo o prefeito, ele solicitou mais informações sobre os gastos do plantão da entidade.
“Fizemos uma reunião com a irmandade, fizemos algumas solicitações e foi colocado que o município ajudaria sim, desde que fosse provado realmente que o pronto atendimento estivesse causando algum prejuízo. Com a documentação, constatamos que não há prejuízo no pronto atendimento”, disse o prefeito.
O prefeito considerou exagero a declaração do provedor da Santa Casa João Roberto Camargo de que o déficit de R$ 130 mil seria motivo para fechar a entidade.
“Falar em fechamento de uma entidade por tá faltando um recurso é de uma desproporção tremenda”, falou Marcio.
Sobre a reunião com dois membros da Santa Casa, que aconteceu na manhã desta terça, o prefeito disse que deixou claro aos membros que não se pode usar um aumento médio de gastos dos últimos três meses para se pedir a revisão no contrato.
“Ouve um aumento no Brasil inteiro ‘tava’ um surto de dengue e denunciaram no MP que a Santa Casa está atendendo muitos dos casos de dengue. Se ela tá atendendo, porque há necessidade e o município comprou o serviço. Se houve um acréscimo no custo de atendimento você não pode fazer durante três meses e sim ao longo do ano, até por que já diminuiu os casos de dengue e você não pode apresentar um déficit de três meses e achar que vai ser durante o ano”, disse o prefeito.
Nova gestão
Ao ser perguntado se a Prefeitura assumiria a gestão da Santa Casa, o prefeito disse que não seria possível.
“Ela (prefeitura) não pode. Estaríamos fazendo a indicação de um técnico responsável, de fora, justamente para acabar com estas questões políticas dentro da instituição. Ela teria total autonomia para gerenciar médicos, enfermeiros e em todas as melhorias que a gente quer e necessita que sejam realizadas na entidade”, disse o prefeito.
Sobre as declarações do prefeito Marcio Miguel, o provedor da Santa Casa disse que vai cumprir seu mandato até o fim e que não iria comentar.
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