SANTA CASA REÚNE prefeitos e pede revisão nos contratos para manter contas em dia

A Provedoria da Santa Casa de Monte Aprazível convocou nesta terça-feira (12) prefeitos, secretários de saúde das cidades de Monte Aprazível, Nipoã, Poloni e União Paulista e a Dirigente Regional da Saúde da DRS-15 de Rio Preto para uma reunião para discutir, os valores pagos pelas cidades para prestação dos serviços de urgência e emergência.

O contrato da Santa Casa com municípios vence em dezembro deste ano e segundo o provedor João Roberto Camargo, os valores pagos estão defasados devido a aumento dos custos de manutenção da entidade, que subiram devido a inflação.

“A instituição vem sofrendo um déficit de R$ 100 mil por mês. Com a evolução dos problemas (Covid-19 e Dengue), o gasto da Santa Casa aumentou, saiu da normalidade e estamos pedindo aos prefeitos uma revisão nos contratos dentro da lei ainda este ano para sanarmos este déficit, por que do jeito que está não temos condições de mantermos os atendimentos”, disse Camargo.

Com aumento dos casos de dengue nos municípios, a Santa Casa atende em média 300 pacientes por dia.

A dirigente Regional de Saúde, Silvia Storti, participou da reunião e, segundo Camargo, a DRS não pode se comprometer em auxiliar a Santa Casa, pois os serviços são comprados pelas prefeituras (urgência e emergência), cabendo a DRS pagar somente pelas internações e procedimentos feitos, cujo os valores (tabela SUS) pagos estão abaixo do que é gasto pelas entidades.

O prefeito de Poloni, Junior Montanari, participou da reunião e disse que caberá a Santa Casa apresentar a planilha de custos aos prefeitos para que se encontre uma melhor saída para a situação.

“Foi muito proveitosa a reunião e a Santa Casa vai apresentar os valores e o que cada município pode ajudar, para tudo dar certo e equalizar as diferenças e os valores. Com números em mãos, cada município vai avaliar e ver tem ou não interesse de continuar. Cada um vai assumir a sua responsabilidade e tudo no final vai dar certo”, de Montanari.

Marcio Miguel, prefeito de Monte Aprazível não quis dar declarações ao término da reunião.

Já o prefeito de Nipoã José Pedro Rampim, disse que vai aguardar os números e que espera poder atender a Santa Casa.

“Temos que fazer tudo para que a Santa Casa se mantenha. Vamos esperar os números para ver o que pode ser feito. O que for possível, para o município pequeno, de Nipoã, vamos ajudar. É um dever de todos ajudar, para que a Santa Casa possa continuar a atender. Temos que manter a instituição viva”, disse José Pedro.

Uma nova reunião será marcada para a Santa Casa de Monte Aprazível apresentar números do déficit financeiro da instituição e com estes números, discutir o valor proporcional que cada prefeitura pode arcar.

A prefeitura de Monte Aprazível repassa anualmente R$ 2.940.075,00 para atender seus pouco mais de 25 mil habitantes. A prefeitura de Poloni repassa anualmente R$ 370 mil, Nipoã R$ 276 mil e União Paulista R$ 144 mil, totalizando R$ 3.730.075,00 por ano.

Demora

Devido aos casos de dengue no município, o pronto atendimento da Santa Casa de Monte Aprazível tem ficado lotado diariamente. A média é de 300 atendimentos por dia, com espera de mais de duas horas para uma consulta.

Camargo disse a Santa Casa oferece 4 médicos para 18 horas de atendimento e que a demora é consequência de uma série de fatores.

“A entidade está superlotada e a demora acontece não porque o profissional quer e sim pelo volume de pacientes a serem atendidos e existem protocolos a serem cumpridos. Entre estes atendimentos, chegam pessoas infartadas, idosos e gestantes, que tem prioridade e isso vai retardando os atendimentos”, disse Camargo.

O provedor segue dizendo que os profissionais de saúde estão cansados, devido aos dois anos de pandemia e ao surto de dengue.

Muitas vezes culpam o provedor. Sim, sou o gestor, mas não sou médico e não posso interferir na conduta médica, uma vez que não sou médico e se fosse, seria antiético. Mas, eu procuro cobrar eles dentro do respeito e da realidade. Eles (médicos e enfermeiros) estão cansados e saindo de uma pandemia e estamos enfrentando um surto de dengue e logo virá o período de gripes e pneumonias. Gostaria da conscientização da população e que tenham um pouco de paciência. Estamos de portas abertas para acertar e não queremos maltratar ninguém. Muitas vezes não dá para agradar todos”, disse Camargo.

Na reunião desta terça-feira, Camargo disse que muitos atendimentos que são feitos na Santa Casa poderiam serem feitos nas unidades de saúde. Para o provedor, o sistema de saúde seria melhor otimizado se casos leves fossem atendidos nas UBSs.

“Foi comentado que na reunião para orientar e dar publicidade, para que casos leves procurassem as unidades básicas de saúde e só viriam para a Santa Casa, casos em que o fosse necessário internar, tomar soro ou medicação. Mesmo assim, casos como estes são atendidos aqui”, disse Camargo.

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